Acaso,
como quase sempre,
esta seria apenas mais uma banal noite,
nada que a singularizasse,
não fosse aquele acaso,
eu que já ali estava,
fora do carro,
em espera do que viesse e desse,
ele que chegou,
e perto de mim parou,
sai do carro,
encosta-se, para mim virado,
noite de luar,
a permitir olharmo-nos,
ele que passa mão pelo meio das pernas,
meu olhar que denuncia o desejo,
ele que toma a iniciativa de se aproximar,
apalpa-me o rabo,
roça-se em mim,
estremeço,
Gostas?
Ui, ui,
como me puseste!
não, não foi logo ali,
para o meio da floresta,
fomos,
e a noite transfigurou-se,
pois, foi então,
que dei pela alegria,
em dois rostos.