Na noite

Na noite,
tanto que adoro,
feito puta,
ir por eles,
engatar ou ser engatado,
e que me fodam,
bom,
mesmo bom,
seria,
chegar e não tardar um engate,
mas não é assim,
ir,
nunca se sabe o que poderá acontecer,
o acaso o ditará,
sendo que, tantas vezes, dá em nada,
expectativas, tempo e gasolina queimados,
mas vai de tentar sempre,
se não for num, noutro lugar.

E puta me tomou

Puta me insinuando,
pelos vistos,
puta me viu,
pois chegou-se
e logo me avisou,
Vou-te foder,
sua puta!
e fodeu,
quis depois que lhe confirmasse,
Gostaste?
o que lhe respondi,
ficou entre nós,
mas se muito curiosos ficastes,
sempre vos posso dizer que,
enrabado e bem enrabado,
gosto sempre.

Puta, bem puta

Puta, mais puta,
talvez não houvesse,
se todos, em que ponho os olhos,
me quisessem foder.

E disse, puta

Encostado a um rochedo estava,
quando por ele passei e disparou,
Grande puta!
nada mais disse,
e eu que teimei no meu caminho,
do porquê da avaliação,
fiquei sem saber,
se pelas roupas,
se pelos trejeitos,
nada mais houve,
sem saber fiquei também,
de seus desejos,
ao que andava, ele,
por ali, em lugar de engates,
a fazer,
quisesse foder-me,
sempre poderia certificar-se,
se grande puta, sou mesmo.

Fora da caixa

Lugares de engate homossexual,
muito pela diferença, proclamam,
mas riem-se e comentam,
Que bicha!
mal me topam,
crossdresser,
roupagens e outros adereços no feminino,
bicha, sim,
à vista está,
que prazer, o meu,
que satisfação,
eu, que bicha,
completamente bicha fico,
quando um me quer
e me vai ao cu!

Diferença

Três juntos, à conversa,
decido-me por sair do carro,
e encostar-me, para eles virado,
no imediato,
nenhuma reacção,
a não ser de dois,
que de costas estavam
e se viraram a olhar,
depois, sim,
não tardaram risos,
gargalhadas,
por certo, graçolas,
um único motivo, haveria,
a bicha,
aquele trajar,
eu feito puta,
eles, provável que,
grandes defensores da diferença,
da deles,
que mais nenhumas merecem existir,
a não ser,
talvez para o sarcasmo e o riso.

Engate

Eu que estava fora,
bicha visível,
que logo se suspeitasse,
ao que andava,
um que chegado,
parou ao lado,
não se deu a demoras,
saiu do carro,
veio direito a mim,
intenção logo declarada,
ao mesmo tempo que mão
se vai à fonte do desejo,
rabo apalpado,
Fodo-te,
sua puta!
fonte por fonte,
a minha mão que se vai
ao meio das pernas,
e com que desejo já ele vinha,
bom volume já tesão,
sem mais,
caralho para fora,
faz-me dar meia volta,
encosta-me ao carro,
levanta-me a saia,
Ui, ui,
ela de fio dental!
(que tusa manifestam tantos,
ao darem com calcinha assim!)
fio desviado,
vá,
cuidadoso enterra aquele caralho,
mas depois dá-me forte
e enraba-me bem enrabado,
tantos os encontrões,
por vezes, parando,
com caralho todo enterrado
e eu dando ao rabo,
até que ele,
numa versão dos estridentes,
se esporrou aos gritos,
cada um mais berrado
que o anterior,
Toma,
toma,
toma,
sua puta!
vir,
não me vim,
mas que, grande gozo me deu,
lá isso deu.
e com que dese
não se

Paneleiro

Paneleiro,
para cá,
paneleiro,
para lá,
num movimento sem fim,
a não ser, o prazer,
ele, de me dizer e
de me ir ao cu,
eu, de lho confirmar,
que sim,
que me enrabe,
que, dar-lhe o cu,
é tão bom,
e assim continuarmos,
até ele me fazer vir,
e então,
aguentar,
aguentar,
até ele também explodir,
o que poderá acontecer,
por ordem inversa,
ele a vir-se,
e com isso,
também eu explodir.

Calores

Se calor não havia,

passou a haver,

primeiro abraçados,

o ardor dos desejos se manifestando,

línguas rodopiando,

as mãos apalpando,

depois, de quatro, eu,

seu tesão em mim se enterrando

e,

em movimentos,

que não mais param,

antes se aceleram,

fode-me,

calores tantos,

em crescendo,

ao suor que escorria,

se juntou a sua esporra

que já não podia,

nem queria conter,

eis mais uma historinha paneleira,

conforme eu.